23 de mai. de 2013

Será Félix um personagem protesto?

Enrustidos na bad list

O belíssimo (meu nº) Mateus Solano é o mais novo antagonista do momento e já sucesso absoluto. Seu personagem, Félix Khoury, já anda causando viral nas redes. Em Amor à Vida, a nova novela das nove, o vilão tem como um dos 'defeitos de caráter' o cinismo, principalmente pelo fato de viver um casamento de fachada e, ao mesmo tempo, a infidelidade. Especificando um pouco mais, Félix trai sua mulher com encontros casuais e promíscuos com outros homens.

Será que a ideia é negativar a imagem de homens desse tipo? Homens casados com mulheres, pais de família que, ao invés de comerem fora, mordem a fronha geral. Muitos são tão seguros e convictos de sua chancela de heterossexual (casado e pai), que nem percebem o quanto que dão pinta. É o caso do vilão Félix, sempre com suas alfinetadas tipicamente gays. "Qualquer mulher ficaria molhadinha com (ele)", referindo-se ao namorado da irmã Paloma (Paolla Oliveira), Ninho (Juliano Cazarré - que tanto de h!). Ou "deram a Elza na criança", comentando totalmente sem noção com a própria irmã e mãe do bebê desaparecido. E "relaxa, vai ver seu bofe"...

O lado infantil, que não percebe a gravidade das coisas para comentar o que quer, se contrapõe com o lado perverso do personagem. Ter um vilão gay é orgulho para quem espera ver a personalidade dos personagens desconectada da sexualidade deles. Essa história de que "eu amo os gays", "eles são ótimos e engraçados", e tantas outras exclamações (com até boa intenção de simpatizante), mas com o mesmo preconceito, se trocar o verbo amar por odiar, ou por entender que as pessoas são o que fazem na cama. Ou pior: que todos os gays são iguais. Um gay pode ser de todo tipo, e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Já foi o tempo que personagem gay era sinônimo de travestis como figuração de delegacia. Hoje, com tantos personagens (gays) diferentes em novelas, só faltava mesmo o tipo vilão.

Mas podemos ver uma boa cutucada no tema: homens casados gays e enrustidos, também conhecidos como 'discretos'. Além da questão fidelidade ou infidelidade, traição ..., parece ser um consenso geral de que 'isso é feio': trair a mulher com outros homens. Ou só o início: trair o cônjuge. Enfim, a velha cafajestagem.

Se a onda é se assumir e fazer valer seus direitos (principalmente o de liberdade), é mesmo de se esperar, nos dias de hoje, ter o gay que não se assume, e ainda se casa com uma mulher, como um mau exemplo, acentuado pelas maldades de um vilão.

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